O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) requisitou o acesso integral às gravações das câmeras corporais utilizadas pelos policiais militares e civis que participaram da Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira, nos complexos da Penha e do Alemão. A ação resultou em 121 óbitos, incluindo quatro policiais, além da prisão de mais de 100 pessoas e da apreensão de um vasto arsenal, composto por 118 armas (majoritariamente fuzis) e 14 artefatos explosivos.
Antônio Campos Moreira, procurador-geral de Justiça do estado, enfatizou que a análise das imagens é crucial para o processo de investigação das mortes ocorridas durante a operação.
Ao ser questionado sobre o número exato de câmeras em uso pelos policiais durante a ação, o procurador esclareceu que detalhes precisos sobre a operação dependem da apresentação de um relatório circunstanciado pelas polícias envolvidas.
“A partir do relatório, do recebimento das imagens, dos primeiros laudos de necropsia, dos laudos de confronto balístico e dos primeiros depoimentos que já estão sendo colhidos pela Polícia Civil, o Ministério Público produzirá, de maneira independente, sua própria análise. Só então teremos uma visão técnica mais segura sobre o que efetivamente ocorreu”, afirmou o procurador.
Moreira acrescentou que, com base em todos os elementos reunidos, será possível “saber ao certo o que aconteceu naquele cenário de verdadeira guerrilha urbana”. Ele reconheceu que “a apuração não é fácil, porque parte do confronto ocorreu em área de mata fechada, mas todos os protocolos já acionados vão nos permitir formar uma visão mais segura e estritamente técnica dos fatos”.
O procurador informou ainda que serão colhidos depoimentos de diversos envolvidos, desde a cadeia de comando responsável pela autorização e planejamento da operação, até os agentes que atuaram diretamente na execução das diligências. Adicionalmente, o MPRJ se colocou à disposição para ouvir quaisquer testemunhas que possam fornecer informações relevantes sobre os acontecimentos.
“Nós temos aqui no Ministério Público uma estrutura que, paralelamente ao monitoramento das operações policiais, tem um canal direto de comunicação com a população. Todos os que nos procurarem serão recebidos com dignidade, serão ouvidos e nós vamos, a partir desse conjunto de informações, formar uma visão estritamente técnica do problema”, concluiu.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

















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