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Mães lamentam mortes em operação no rio: “arrancaram o braço dele”

© Tomaz Silva/Agência Brasil

Famílias de mortos durante a Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, reuniram-se na Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para questionar a ação. A cena dos corpos enfileirados chocou o país. Mães, irmãs e esposas expressaram dor e indignação diante do que consideram uma ação desproporcional do Estado.

Elieci Santana, 58 anos, relatou que seu filho, Fábio Francisco Santana, 36 anos, havia enviado uma mensagem informando que se entregaria e compartilhando sua localização. “Meu filho se entregou, saiu algemado. E arrancaram o braço dele no lugar da algema”, lamentou a dona de casa.

O relato de que muitos foram mortos mesmo após terem se rendido foi recorrente entre os familiares presentes. Moradores relataram que os corpos foram trazidos por eles mesmos, em veículos próprios, durante a madrugada.

Tauã Brito, confeiteira e mãe de Wellington, morto na operação, afirmou que muitos feridos ainda estavam vivos na mata. “Ontem eu fui lá no Getúlio [Hospital Getúlio Vargas] pedir para subirem com a gente, para a gente poder salvar esses meninos. Ninguém podia subir. Eles estavam vivos”, disse. Segundo ela, os moradores só conseguiram entrar na mata para procurar os feridos à noite, após a saída da polícia. “Ficamos lá, cada um caçando seus filhos, seus parentes. Isso aí está certo para o governo?”, questionou. Emocionada, Tauã desabafou: “Não vai dar em nada. A verdade é essa. Porque aqui tem um montão de gente chorando, mas lá fora tem um montão de gente aplaudindo. Isso que eles fizeram foi uma chacina”.

O advogado Albino Pereira, que representa algumas famílias, acompanhou a movimentação na praça e apontou sinais de tortura, execução e outras violações de direitos. “Você não precisa nem ser perito para ver que tem marca de queimadura [na pele]. Os disparos foram feitos com a arma encostada. Chegou um corpo aqui sem cabeça. A cabeça chegou dentro de um saco, foi decapitado. Então isso aqui foi um extermínio”, afirmou. Os corpos foram recolhidos pela Defesa Civil e encaminhados para o IML.

A Operação Contenção resultou em 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais, segundo o último balanço. O governo do estado classificou a operação como um “sucesso”.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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