Mais de um milhão de candidatos participaram da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND) neste domingo em todo o país. A prova, com duração de cinco horas e meia, é um passo obrigatório para concluintes de cursos de licenciatura em 2025 e para professores que buscam utilizar a nota em processos seletivos de estados e municípios participantes do chamado CNU dos Professores.
No Distrito Federal, um dos candidatos é Francisco Gilvar Pereira da Silva, de 56 anos, filho de pais analfabetos do Piauí. Prestes a concluir sua segunda graduação em Letras – Português, Francisco relata que sua jornada foi marcada por desafios desde os sete anos, quando começou a trabalhar em Amarante (PI). A proximidade com o ambiente acadêmico, enquanto trabalhava como auxiliar de limpeza em uma escola particular de Brasília, despertou nele o desejo de lecionar. Francisco almeja retornar ao seu estado natal para impactar positivamente a educação de outros jovens.
Outro aspirante a professor, Edinácio Silva Vargas, de 32 anos, indígena da etnia Marubo, viajou da Terra Indígena Vale do Javari, no Acre, para realizar a PND em Brasília. Formado em Gestão Pública pela Universidade Estadual do Amazonas, Edinácio sonha em lecionar inglês e unir suas duas formações para beneficiar seus futuros alunos.
Já Diego Lima, futuro professor de educação física e atleta paralímpico, decidiu seguir o exemplo de seus mestres, que o incentivaram a competir. A dedicação desses professores o inspirou a trilhar o mesmo caminho. Diego, que nasceu com paralisia cerebral, enfrentou dificuldades financeiras que quase o fizeram abandonar a faculdade. Graças ao Programa Atleta Cidadão do Comitê Paralímpico Brasileiro, ele pôde retomar os estudos e busca agora inspirar outros atletas.
Para Maíra Araújo dos Santos, de 23 anos, a influência de uma professora de química no ensino médio a motivou a seguir a carreira docente. Maíra, que reside em Itapoã (DF), busca desmistificar a disciplina para seus futuros alunos, mostrando que a química está presente em tudo ao nosso redor. Além da vocação, Maíra também realiza a prova para obter seu diploma, requisito da faculdade.
Solange Oliveira Braga, já formada em Pedagogia, almeja ser aprovada no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, previsto para 2026. Sua paixão pela educação infantil surgiu ao cuidar dos irmãos mais novos em sua cidade natal, São Francisco (MG).
Marcela Silva Vaz, de 31 anos, busca na estabilidade do serviço público e no salário garantido um meio de transformar a vida de crianças em situação de vulnerabilidade. A estudante, que também concluirá sua licenciatura em 2025, deseja atuar nos primeiros anos do ensino fundamental, auxiliando os alunos no processo de alfabetização. Marcela defende que as escolas devem se adaptar para atender melhor estudantes neurodivergentes e com outras necessidades especiais.
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), Brasília ocupa a terceira posição entre as cidades com maior número de inscritos na PND, com 18.754 participantes, em um universo de 1,08 milhão de inscritos. São Paulo lidera o ranking com 84.633 inscritos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 28.765. Pedagogia foi a área de licenciatura com o maior número de inscritos, totalizando 560.576 candidatos.
A PND, que será aplicada anualmente, integra o programa Mais Professores para o Brasil, iniciativa que visa valorizar e qualificar o magistério da educação básica, além de incentivar a docência no país.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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