Rio sob tensão: Moradores relatam pânico durante operação policial
Moradores do Rio de Janeiro enfrentaram momentos de terror nesta terça-feira, em meio a uma intensa operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão. A ação, que resultou em dezenas de mortos e presos, impactou diretamente a rotina da população, com bloqueios de vias e relatos de tiroteios.
O transporte público, como estações de metrô e pontos de ônibus, ficou superlotado. De acordo com informações, criminosos da facção Comando Vermelho teriam ordenado o fechamento de importantes vias da cidade.
Marise Flor, uma professora, descreve o momento de pânico ao se ver no meio de um tiroteio enquanto tentava voltar para casa de ônibus. Seu filho tentou resgatá-la de carro, mas a ação foi impossibilitada pelos bloqueios nas ruas. Diante da situação, ela foi forçada a descer na estação Outeiro Santo, em Jacarepaguá, devido às barricadas criminosas.
A situação se intensificou com a chegada da polícia militar, que, segundo relatos, disparou para dispersar os moradores que permaneciam no local. Marise Flor, buscando proteção, retornou à estação, escondendo-se dos tiros.
“Entrei na estação de volta por baixo da roleta para me esconder dos tiros”, relatou a professora, que posteriormente conseguiu sair da estação com a ajuda de um carro de aplicativo. O trauma a levou a um momento de desespero e choro ao chegar em casa.
Outro relato é o de Mariana Colbert, atendente de um quiosque de sorvetes, que enfrentou dificuldades para chegar ao trabalho devido às ruas fechadas desde o início da manhã. Ônibus foram utilizados como barricadas, e ela precisou caminhar até Inhaúma para conseguir transporte. O ônibus que pegou teve o itinerário alterado para evitar a área da operação policial.
“Levei uma hora para chegar ao trabalho, mas ainda consegui chegar. Muita gente não foi trabalhar, muitas lojas ficaram fechadas”, conta Mariana, que conseguiu voltar para casa de Uber, encontrando a via liberada e forte presença policial.
A operação em curso é considerada a maior ação de segurança no Rio de Janeiro em 15 anos. Cerca de 2,5 mil policiais civis e militares estão mobilizados nos complexos do Alemão e da Penha, com o objetivo de capturar líderes criminosos e conter a expansão territorial do Comando Vermelho. O número de mortos já ultrapassa o da operação no Jacarezinho em 2021, tornando-a uma das mais letais da história do estado.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


















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