Um incêndio subterrâneo em um depósito de lixo na Vila Furquim, em Presidente Prudente, São Paulo, tem gerado preocupação devido às altas temperaturas registradas no local. O monitoramento térmico realizado pela prefeitura revelou que a superfície atingiu 97°C, enquanto em profundidade a temperatura chegou a alarmantes 190°C. O fogo, que persiste há mais de três semanas, mobilizou uma força-tarefa para conter as chamas.
Representantes dos departamentos de Cartografia e Física da FCT Unesp, juntamente com a vice-direção da instituição, estiveram no local para coletar amostras e dados na última sexta-feira. As amostras foram armazenadas em um freezer a -80°C no laboratório da universidade, para análises que visam determinar as concentrações de metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio. Além disso, serão analisados compostos orgânicos formados durante a combustão, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) e dioxinas, para avaliar os riscos ambientais e subsidiar futuras ações de monitoramento e recuperação da área.
Durante a coleta de dados, os pesquisadores acompanharam a captação de imagens aéreas realizadas com drones equipados com câmeras térmicas. As imagens foram fornecidas pelo Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e por uma empresa especializada. O Departamento de Cartografia está compilando um relatório com base nessas imagens, que abordará o volume da área afetada, a geolocalização e o padrão das manchas de calor.
A força-tarefa, composta por membros da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, secretarias da prefeitura e outras entidades, monitora o local duas vezes ao dia, verificando a quantidade de fumaça que emana das fendas no solo e avaliando a necessidade de intervenção com máquinas e caminhões-pipa. A prefeitura informou que mais de 1 milhão de litros de água potável já foram utilizados na operação, resultando em uma redução de 99% dos focos ativos. O monitoramento térmico tem demonstrado uma queda progressiva nas temperaturas, indicando avanço no processo de extinção.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico interditou formalmente a área e notificou o responsável. Adicionalmente, o Ministério Público do Trabalho (MPT) determinou a suspensão temporária das aulas presenciais do Sesi, com a possibilidade de atividades remotas, enquanto persistirem as queimadas na área.
A Defesa Civil tem adotado a tática de resfriamento da área, revirando o material, aplicando água para diminuir a temperatura e, posteriormente, abafando com terra e compactando o solo. O objetivo é reduzir a quantidade de fumaça que prejudica as atividades nas proximidades. A Defesa Civil informou que ainda há material queimando em profundidade, o que dificulta a extinção completa da fumaça.
Fonte: g1.globo.com



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