Outras Notícias

Operação no rio pode ter mais violações que o massacre do carandiru

© Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Operação Contenção, realizada recentemente, está sob intenso escrutínio e já é comparada ao Massacre do Carandiru pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Dani Monteiro. Com um número de mortos que se aproxima de 120, a operação desencadeou debates acalorados sobre a atuação das forças de segurança e o respeito aos direitos humanos.

“Se esses dados se confirmam, tem uma violação maior que o Carandiru. Então, se torna a maior violação cometida pelo Estado na história da nossa redemocratização”, afirmou Dani Monteiro durante um encontro da comissão, organizado para acompanhar os desdobramentos da operação nos complexos do Alemão e da Penha.

A parlamentar ressaltou que ações com mais de seis mortes podem ser caracterizadas como chacinas, conforme critérios científicos. O Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, resultou na morte de 111 detentos durante uma intervenção policial em São Paulo.

Dani Monteiro informou que a Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou esclarecimentos ao governo brasileiro sobre a operação, mencionando um histórico de condenações por violações de direitos humanos em ações semelhantes.

A presidente da CDDHC da Alerj defende que operações policiais desse porte deveriam ser precedidas por investigações para confirmar o envolvimento das vítimas com o crime organizado. Ela também argumenta que o uso de câmeras corporais pelos policiais permitiria confirmar a necessidade do uso da força. “Esses dois elementos que eu trago, que são as câmeras corporais e a investigação prévia, não ocorreram”, disse.

A deputada questiona a alegação do governador de que todos os mortos estavam envolvidos com o tráfico, afirmando que ele não possui confirmação disso. “É uma violação dos direitos humanos. Mas, hoje, o que ele fala é leviano. Ele não tem essa confirmação”, ponderou.

Equipes da Comissão de Direitos Humanos estão prestando apoio às famílias das vítimas, enquanto moradores locais estão removendo os corpos da mata e dos becos para o Instituto Médico Legal (IML). Dani Monteiro enfatiza a importância da realização de perícias e exames de balística nos locais.

A comissão já oficiou o Ministério Público do Estado, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), solicitando informações sobre o planejamento, execução e responsabilidades pela operação.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Últimos corpos identificados após operação policial deixam o iml no rio

Famílias de vítimas da Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e...

Motorista provoca acidente após disputa agressiva na rodovia dos bandeirantes

Um incidente alarmante de agressividade no trânsito resultou em um acidente na...

Campanha alerta para riscos da diabetes à visão

Diabetes: Campanha Nacional Alerta para Ameaça à Visão Uma campanha de conscientização...

Maternidade da ufrj acolhe famílias em luto gestacional há 15 anos

Uma maternidade pública localizada na zona sul do Rio de Janeiro se...